A origem da Rua do Ouvidor foi o acesso ao Trapiche de Ver o Peso do antigo Porto da cidade. Esta rua, que mereceu de Manuel Joaquim de Macedo um livro inteiro de memórias sentimentais, teve sucessivos nomes: Rua de Aleixo Manuel, Marcos da Costa, do Gadelha, do Barbalho, de Brás Luís, da Santa Cruz, da Quitanda, de Pedro da Costa, da Sé Nova, Moreira César. Só com a vinda da Família Real para o Brasil adquiriu luxo e importância, a ponto de vir a ser comparada com a Rua Viviene, de Paris. A abertura dos portos aumentou o comércio e levou à Rua do Ouvidor grande quantidade de comerciantes de todos os gêneros, entre os quais modistas, alfaiates, penteadores vindos de Paris. Em 1829 recebeu calçamento, sendo proibido o tráfego de veículos e foi calçada de paralelepípedos em 1857. Foi a primeira a receber a iluminação a gás, em 1860, substituindo a de azeite feita em 1854, e em 1891 recebeu a iluminação elétrica.
Rua dos jornais, nela se instalaram o Jornal do Commercio, A Nação, o Diário de Notícias, O País, a Gazeta de Notícias, o Correio da Manhã, A Notícia, a Reforma, A República, A Folha Popular, A Imprensa, as revistas Semana Esportiva e O Malho - o que por si só a tornaria uma rua histórica e registradora de acontecimentos históricos. Numa de suas pensões, hospedou-se Tiradentes, vindo ao Rio para conspirar; noutra, o Duque de Caxias, em plena glória. Carlos Gomes escolheu como seus locais de preferência as confeitarias Castelões e Pascoal, que seriam também os locais de encontros vespertinos de Olavo Bilac, Emílio de Menezes e outros boêmios que desfilam no romance A Conquista de Coelho Neto.
Na Rua do Ouvidor ficavam: a Casa Edilson, onde Fred Figner inaugurou a indústria de discos fonográficos; as joalherias Gondolo e Laboriau; a firma Guinle & Cia.; a Casa Clark, de calçados, que data de 1822; a extinta Loja América e China e o Café Londres que foi depredado pelo povo quando a Inglaterra ocupou a Ilha de Trindade. Nela as donas de casa foram ver as primeiras máquinas de costura Singer, lançadas no Rio em 1851. A papelaria do casal Bouvoir, depois adquirida pelo suiço George Leuzinger, marca a criação da impressão a cores no Rio, devida aos alemães Bollemberg e Hulomann e ao brasileiro Paradela; a fotografia ali se introduziu com o exilado socialista Harrow Harring, sete vezes condenado à morte na Europa, e com o português Insley Pacheco, a quem se deve a introdução da fotografia sobre papel. Nessa casa impressora e fotográfica, se instalaram Charles Ribeyrolles e outros adversários de Napoleão III.
Um cearense, Lauro de Carvalho, abriu na Rua do Ouvidor a Camisaria Especial, de onde nasceriam as casas A Exposição e A Capital. As casas Almeida Rabelo e Raulnier ditavam a moda masculina; a loja de Duvivier vendia quinquilharias; o francês Mandel consertava candeeiros. Na casa o Rei dos Mágicos, no número 116, seu dono, Antônio Ribeiro Chaves, depois de ler numa revista francesa a invenção de Alexandre Graham Bell, criou um "telefone brasileiro" que prestou serviços com suas ligações entre o Jornal do Commercio e o Corpo de Bombeiros. Ao instalar-se no Rio a Companhia Telefônica Brasileira, com capitais americanos, os telefones de Antônio Ribeiro Chaves ainda resistiram. O Jockey Club e a Associação dos Empregados no Comércio nasceram na Rua do Ouvidor; as editoras Laemmert, Garnier, Francisco Alves, a Livraria Crashley, de livros em inglês, ali se situavam; nela instalou-se também Paschoal Segreto com o primeiro cinematógrafo.
O nome Ouvidor surgiu naturalmente, adotado pelo povo, como conseqüência do fato de nessa rua ter moradia, próximo à esquina com a Rua da Quitanda, o Ouvidor Dr. Manuel Pena de Mesquita Pinto. A partir daí os nomes antigos começaram a desaparecer, substituídos pelo nome popular, definitivo - Rua do Ouvidor. É verdade que mais tarde o governo, pretendendo homenagear o comandante da terceira expedição contra Antônio Conselheiro, morto em Canudos, mudou o nome da Rua do Ouvidor para Coronel Moreira César, o que, entretanto, não vingou.
Rua dos jornais, nela se instalaram o Jornal do Commercio, A Nação, o Diário de Notícias, O País, a Gazeta de Notícias, o Correio da Manhã, A Notícia, a Reforma, A República, A Folha Popular, A Imprensa, as revistas Semana Esportiva e O Malho - o que por si só a tornaria uma rua histórica e registradora de acontecimentos históricos. Numa de suas pensões, hospedou-se Tiradentes, vindo ao Rio para conspirar; noutra, o Duque de Caxias, em plena glória. Carlos Gomes escolheu como seus locais de preferência as confeitarias Castelões e Pascoal, que seriam também os locais de encontros vespertinos de Olavo Bilac, Emílio de Menezes e outros boêmios que desfilam no romance A Conquista de Coelho Neto.
Na Rua do Ouvidor ficavam: a Casa Edilson, onde Fred Figner inaugurou a indústria de discos fonográficos; as joalherias Gondolo e Laboriau; a firma Guinle & Cia.; a Casa Clark, de calçados, que data de 1822; a extinta Loja América e China e o Café Londres que foi depredado pelo povo quando a Inglaterra ocupou a Ilha de Trindade. Nela as donas de casa foram ver as primeiras máquinas de costura Singer, lançadas no Rio em 1851. A papelaria do casal Bouvoir, depois adquirida pelo suiço George Leuzinger, marca a criação da impressão a cores no Rio, devida aos alemães Bollemberg e Hulomann e ao brasileiro Paradela; a fotografia ali se introduziu com o exilado socialista Harrow Harring, sete vezes condenado à morte na Europa, e com o português Insley Pacheco, a quem se deve a introdução da fotografia sobre papel. Nessa casa impressora e fotográfica, se instalaram Charles Ribeyrolles e outros adversários de Napoleão III.
Um cearense, Lauro de Carvalho, abriu na Rua do Ouvidor a Camisaria Especial, de onde nasceriam as casas A Exposição e A Capital. As casas Almeida Rabelo e Raulnier ditavam a moda masculina; a loja de Duvivier vendia quinquilharias; o francês Mandel consertava candeeiros. Na casa o Rei dos Mágicos, no número 116, seu dono, Antônio Ribeiro Chaves, depois de ler numa revista francesa a invenção de Alexandre Graham Bell, criou um "telefone brasileiro" que prestou serviços com suas ligações entre o Jornal do Commercio e o Corpo de Bombeiros. Ao instalar-se no Rio a Companhia Telefônica Brasileira, com capitais americanos, os telefones de Antônio Ribeiro Chaves ainda resistiram. O Jockey Club e a Associação dos Empregados no Comércio nasceram na Rua do Ouvidor; as editoras Laemmert, Garnier, Francisco Alves, a Livraria Crashley, de livros em inglês, ali se situavam; nela instalou-se também Paschoal Segreto com o primeiro cinematógrafo.
O nome Ouvidor surgiu naturalmente, adotado pelo povo, como conseqüência do fato de nessa rua ter moradia, próximo à esquina com a Rua da Quitanda, o Ouvidor Dr. Manuel Pena de Mesquita Pinto. A partir daí os nomes antigos começaram a desaparecer, substituídos pelo nome popular, definitivo - Rua do Ouvidor. É verdade que mais tarde o governo, pretendendo homenagear o comandante da terceira expedição contra Antônio Conselheiro, morto em Canudos, mudou o nome da Rua do Ouvidor para Coronel Moreira César, o que, entretanto, não vingou.
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